CLÍNICAS HÉLDER FLOR NA REVISTA SÁBADO | Espetar agulhas nas mães para virar os bebés

Espetar agulhas nas mães para virar os bebés

30.05.2015 | por Tânia Pereirinha

Bastam duas ou três sessões para evitar uma cesariana. Será? Enjoos matinais? A acupunctura também jura acabar com eles

O parto de Guilherme (está na fotografia anterior, ainda dentro da barriga da mãe), está previsto para o fim de Junho. Ao contrário do da irmã, Liliana, agora com 3 anos, será natural, não por cesariana. Apesar de o problema da mãe, Isabel Velez, 34 anos, se manter.

“Tenho o útero um bocadinho esquisito, digamos assim. O nome técnico é bicórnio”, explica à SÁBADO, enquanto desenha num post-it amarelo, primeiro um útero dito normal, depois um como o seu. Apesar de o resultado ser uma espécie de coração, não há nada de romântico na coisa, garante: “A minha filha nasceu de cesariana porque estava sentada, de cabeça para cima, ficámos à espera que virasse até ao fim. É o que acontece na maioria das gravidezes com este tipo de útero, porque é como se estivesse dividido ao meio, os bebés têm dificuldade em dar a volta.”

Se Guilherme, às 29 semanas de gestação, já está em posição para nascer, é a Hélder Flor, especialista em osteopatia e medicina tradicional chinesa (com cursos feitos com Pedro Choi, na Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa, em Lisboa, e na Universidade de Nanjing, China), que Isabel agradece. Foi ele quem lhe propôs, no final de mais uma sessão de acupunctura, que começou a fazer há cerca de um ano para aliviar as dores e a tensão nas costas, espetar-lhe mais algumas agulhas para tentar virar o bebé. “Pensei que estava a gozar”, afirma Isabel, que se submeteu a duas sessões do tratamento, às 25 semanas de gravidez, e viu resultados uma ecografia depois.

 

É proibido espetar a barriga
No caso de Isabel, a tirar um doutoramento em Didáctica da Matemática, o bebé virou-se depois de Hélder Flor lhe aplicar um par de agulhas num ponto improvável: os dedos mais pequenos dos pés. “Doeu um bocadinho, mais do que nas outras vezes, mas depois passou.”

Não é sempre assim, ressalva o especialista: “É preciso fazer um diagnóstico prévio, os pontos a puncturar não são os mesmos em toda a gente. No caso de Isabel, a estimulação foi feita num ponto, perto dos mindinhos dos pés, chamado Bexiga 67. O tratamento deve ser feito, no máximo, até às 32 semanas, porque depois já não há espaço para dar a volta. E é preciso ter alguns cuidados: nunca faço a intervenção sem falar directamente com os médicos obstetras ou sem as grávidas me trazerem o consentimento deles. Pode já não existir líquido amniótico suficiente, o feto pode já estar muito grande, tudo isto tem de ser tido em consideração.”

Outro dado importante: nunca – nunca! – se faz qualquer tipo de tratamento espetando agulhas nas barrigas das grávidas. “É proibido. Sobretudo a partir do terceiro mês de gravidez, os músculos afastam -se, a pressão aumenta e a parede abdominal torna-se ainda mais sensível. É muito perigoso espetar agulhas na barriga. E não só: na lombar, por exemplo, também é preciso ter muito cuidado, alguns pontos estimulam o útero e podem até precipitar o parto.”

Porque os tratamentos da Medicina Tradicional Chinesa (acupunctura e não só) são naturais e livres de químicos, Hélder Flor diz que têm sido cada vez mais as grávidas a procurar a sua ajuda. De dores no nervo ciático a mal-estar provocado por azia ou enjoos, passando pelo sangramento das gengivas ou pela ansiedade causada naturalmente pela maternidade que se aproxima – o especialista garante que consegue tratar tudo. Isabel Velez, com um par de agulhas pendentes nos pulsos, atesta: “No início da gravidez até emagreci, como estava sempre enjoada e com azia comia pouco. Quando fiz o tratamento, cheguei a casa e devorei meio mundo. No dia a seguir, disse ao Hélder: ‘Devolva -me os enjoos!’”

Alívio no cancro
Agulhas tratam sintomas provocados por terapias 
 Além das grávidas, Hélder Flor diz que existem cada vez mais doentes com cancro a procurar a medicina tradicional chinesa. “Tratamos de forma eficaz os sintomas provocados pela quimioterapia e pela radioterapia, como os enjoos, que fazem com que estes doentes deixem de comer precisamente quando mais precisam de nutrientes.” 

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